Sopa de Batata Doce e Grão


Finalmente estão de volta os dias mais frios e iluminados pelo sol. Dos armários saem os casacos e as camisolas de lã, bem quentinhas para me aquecerem nestes dias frios. Das gavetas tiro os cachecóis e as luvas, assim como alguns lenços mais quentes ou os gorros.
Mas se no meu armário o Outono já se instalou, esperando-se agora pelos dias de Inverno o mesmo também acontece na minha cozinha.

É tempo de ligar o forno, de rechear o frigorífico com legumes e frutas da estação, de preparar comidas que reconfortam o corpo e a alma, aqueles pratos que sabem bem ser saboreados com vista para a lareira e para o lume a crepitar, no conforto do ar quentinho que se faz sentir.

As saladas leves e os petiscos mais frescos dão agora o seu lugar às sopas quentes e robustas. Bem nutritivas e repletas de sabor.
Desde que me lembro a sopa sempre foi presença assidua cá em casa. Um simples caldo, um creme mais aveludado ou uma sopa com mais substância era prato que nunca faltava e nunca falta nesta cozinha. Serve também de pretexo para reuniões em redor de uma mesa, onde se convida familia e amigos para se aconchegarem num caldo bem aromático.

Qualquer prato ou receita é motivo para voltar à minha infância, como se de um mero tele-transporte se trata-se. Assim, carrego no botão e sou levada até à canja de galinha caseira que a minha avó fazia. Era uma sopa especial, aqueles pedaços de galinha caseiro com um sabor único, os ovinhos uns mais pequenos que outros bem amarelinhos sobressaiam nas nabiças. Sim!! A canja caseira que a minha avó fazia tinha nabiças apanhadas e escolhidas directamente do quintal

Depois há o creme de ervilhas e presunto que a minha mãe ainda hoje faz na perfeição. Super cremoso e aveludado como se pretende. Dos sabores e texturas bem próprias a sopa de feijão seco que também a minha mãe preparava ou a sopa da pedra, que tão saborosa era.



Inspirada pelos aromas das sopas de infância e pelo frio que vai lá fora, quero caldos reconfortantes e que me aconchegam. Quentes, saborosas e bem aromáticas. Do livro Natural da talentosa Joana Alves, sai o pontapé de saída para esta nova receita. Da Sopa de Rústica de Feijoca, Couve-Galega e Batata-doce, sai uma versão mais minha e mais própria, com os ingredientes que tinha à mão e na dispensa, substitui a feijoca por grão, a espelta por cevada e acrescentei pedaços de abóbora. Da panela sai um caldo rico em aromas, uma sopa bem robusta com o que de melhor há nesta estação.

E como a batata doce faz parte da lista de ingredientes desta nova receita, a Sopa de Batata Doce e Grão vai directamente para a mesa do mês de Novembro da querida Marta do blog Intrusa na Cozinha.





Sopa de Batata-Doce e Grão

Ingredientes:

1 cebola
2 dentes de alho
1 batata-doce média cor laranja
1/2 couve coração boi
95 gr de cevada em grão demolhado
150 gr grão cozido
1/4 malagueta
800 ml a 1 litro caldo de legumes ou água
1/4 abóbora hokkaido 
1/2 colher chá paprika fumada
1/2 colher sopa de mistura de caril
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:

Comece por picar a cebola, os alhos e a malagueta. Retire a pele da batata doce e corte em cubos pequenos, assim como a abóbora. ma panela aqueça um pouco de Corte em juliana a couve. Reserve.

Numa panela aqueça um pouco de azeite, acrescente a cebola, os alhos e deixe refogar por alguns minutos. Adicione as especiarias e deixe cozinhar por mais 1 minuto. Depois acrescente a batata doce e a abóbora. Acrescente e água ou o caldo e deixe levantar fervura. depois acrescente a cevada em grão demolhada e cozinhe por cerca de 15 a 20 minutos. Findo esse tempo acrescente a couve e o grão e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Tempere com sal e deixe apurar.
Sirva com pão torrado.

** Deixar em água os grãos de ceveda durante toda a noite. Substitua a água 2 vezes.







2 comentários:

  1. Uma sugestão maravilhosa, adorei!
    Beijinhos.
    http://www.opecadomoraemcasa.eu/

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  2. Olá Aninhas,

    e eu fico tão contente que esta sopa venha diretamente para a nossa mesa de novembro. O tempo frio faz-se sem dúvida de receitas mais encorpadas, mais aconchegantes, mais quentes e isso deixa-me feliz. A sopa é a receita que mais me satisfaz nesta época. Uma taça bem fumegante, seja de entulho ou um creme aveludado, deixa-me de sorriso nos lábios.
    Esta tua sopa tem um ar tão reconfortante. Tão bom.
    Obrigado, de coração.
    Beijinhos
    Marta

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