“Prefiro o peso da mochila nas costas do que o peso de um
sonho não realizado por falta de tentativas!”, assim escreve Gonçalo Cadilhe no
seu livro O Mundo é Fácil.
Escolho o destino, marco as horas e revejo o aeroporto, após
alguns segundos tenho feito o check-out e finalizo a compra de um bilhete de
avião. É o ponto de partida de mais uma aventura e onde sou invadida por uma
onda de “borboletas no estômago”. Apartir daqui tudo o resto vai surgindo da
forma mais natural.
Não sou mulher de um só destino, sou do mundo e é a ele que
quero conhecer. Se tenho destinos que gostaria de explorar mais que outros,
sim… todos temos. Mas também não me limito a eles. As viagens são escolhidas em
função dos preços, da época do ano, do que vou lendo e pesquisando e da minha
vontade.
Desta vez a aterragem foi no Aeroporto de Malpensa e a primeira cidade a visitar, para além de outras era Milão. Fui via TAP discount, o melhor
voo tendo em conta preço/horários. Malpensa é um aeroporto onde é fácil orientar
e rapidamente se encontram as plataformas do comboio. Havia também a opção de
autocarro, mas apesar de ser um pouco mais dispendioso, a sua comodidade e
rapidez levam-me a escolher o comboio. Bilhete na mão com o preço de 13 eur a
próxima “fermata” seria a estação de Milão Centrale, via Malpensa Express (não
esquecer de validar nas máquinas amarelas antes de ir para a respetiva linha).
O Hotel, esse foi reservado com antecedência, quase a mesma
da compra ds bilhets de avião, cuja localização ficava perto da Estação de
Comboios e onde também existe estação de metro. A sua localização, a limpeza e
o preço são os factores essenciais quando faço a reserva de qualquer hotel ou
hostel (via booking).
Tenho sempre receio quando reservo alojamento perto das
estações centrais de comboio, que apesar de serem as zonas mais baratas por
vezes também são onde existem mais diversidade cultural e à noite, podem não ser tão bem frequentadas. Mas em
Milão é diferente, não há diferença entre a zona mais rica ou o bairro mais
simples, sentimo-nos seguras em qualquer parte e a qualquer hora.
A maioria do alojamento não contempla o pequeno-almoço na
tarifa, e a minha escolha não foi excepção. Situado num bairro residencial, a
escolha para saborear um delicioso pequeno-almoço não foi difícil. A par dos
moradores do bairro, o Pavè foi uma excelente opção e a mais acertada. A carta
é extensa e as combinações irresistíveis. Entre croissants, pão, tartes ou
pastelaria diversa acompanhados de sumos de fruta, de um belo cappuccino ou de
um forte expresso, difícil é mesmo decidir. Um espaço distinto com uma
decoração que fica na memória. Mesas e cadeiras diferentes, bancos de jardim ou
mesas de escola primária a servir de cenário. Um espaço que merece uma visita
com tempo para apreciar devidamente.
Quando falamos na melhor forma e meio de deslocação na
capital da Lombardia, para além de palmilhar muitos quilómetros a pé (ideal
para conhecer melhor a cidade), o metro é o meio de transporte mais fácil e
prático, com uma rede de linhas muito simples e intuitivas.
Quando questionada se gostei da cidade, apenas respondo que
me surpreendeu e muito. Prefiro não viajar com expetativas, assim os lugares
teimam em surpreender-me ainda mais. E Milão foi assim, uma surpresa boa!!
Cidade cosmopolita, onde se respira elegância e
sofisticação. Chamam-lhe a cidade da moda eu diria que também é uma cidade na
moda. Cidade dos Ferraris e Porches que não passam despercebidos, dos milaneses
a circularem nas suas bicicletas, cidade dos parques verdes onde se pratica
desporto ou se passeiam os animais de estimação.
Cidade onde se vislumbram pessoas que desfilam com as
compras, cidade das grandes marcas, da Gucci, da Ferrari, da Prada e de muitas
outras. Ao contrário do que muito se escreve, Milão tem muito para oferecer e
apreciar no mínimo em três dias inteiros.
Para amantes de história, arquitetura e não só, o Duomo é a
atração mais conhecida. Uma Catedral onde a sua beleza é difícil de ser
retratada e descrita, torna-se imponente aos nossos olhos. Merecedora de uma
visita demorada, assim como a subida aos terraços para contemplar a vista
possível sobre a cidade, que pode ser feita por escadas ou de elevador. Os
bilhetes podem ser adquiridos na hora, fui ao final do dia, e a demora foram 15
minutos mas podem ser comprados em máquinas, no mesmo local (fica o testemunho que não é
difícil a subida pelas escadas).
Ao seu lado e a unir a Praça Scala, a Galeria Vitorio
Emanuel II, são luxuosas galerias com as melhores marcas, onde se pode apreciar
o luxo no meu melhor. Seguranças à porta, vestidos a rigor que abrem a porta
aos clientes, cumprimentando-os com toda a regra e etiqueta.
Seguimos até à Praça Scala e lá vislumbramos o Teatro Scala,
uma das mais famosas casas de ópera do
mundo. Outra obra a não perder, para
quem vibra e ama arte e pintura, a Igreja
Santa Maria Delle Grazie,
património da Unesco, alberga a última
ceia, obra bem conhecida de Leonardo da Vinci. (aconselha-se a compra
antecipada via internet dos bilhetes). Outro dos símbolos de Milão é o Castelo de Sforzesco
e os jardins envolventes. Respira-se silêncio e paz, uma zona que me agradou e
na qual despendi algumas horas.
As ruas que concentram grandes nomes da moda iltaliana e do
mundo, situam-se em redor da Galeria Vitorio Emanuel II, nomeadamente as vias Monte Napoleone, Della Spiga, Manzoni e Corso Venezia.
Milão também é feito
de bairros e Navigli é daqueles que não se pode perder. Em plenos canais, o bairro
é conhecido pelos imensos restaurantes, bares ou pelo aperitivo milanês. Um
jantar ou um final de tarde naquela zona é imperdível.
Outro bairro que vale a pena se perder é Brera, um dos mais
charmosos, românticos, boémios e encantadores da cidade. Na sua forma mais
pitoresca abriga os restaurantes mais interessantes. Mesmo ao seu lado o bairro
Porta Nuova, caracteriza-se pela modernidade, edifícios mais recentes e
arranha-céus.
Qual o melhor roteiro para aproveitar Milão… não há! A
melhor formula e a mais surpreendente é perder-se pelas suas ruas, apreciar os
edifícios, o movimento que existe, a forma como os milaneses vivem, as lojas,
os monumentos com todo o tempo e absorção possível.
Mas viajem que se prese não se esgota em monumentos, é muito
mais que isso, e aqui a gastronomia e o que há de bom para saborear, também
ganha destaque. Dos pratos originários de Milão até à cozinha típica de Itália,
este será um tema que será abordado numa próxima partilha, à qual não se ficará
indiferente.
Deixo também algumas sugestões para quem for visitar ou
revisitar Milão. Para já apreciem esta cidade através dos registos fotográficos que
espero que vos convençam.
* Geladarias:
- Grom (Via Santa Magherita 16)
- Ccioccolati Italiani ( Via S. Raffaele 4)
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