Bolo invertido de ruibarbo e os aromas e cores do Verão


São os dias longos, em que o dia se confunde com a noite, são as temperaturas bem mais elevadas, o sol que teima em nos acordar pela manhã, o cheiro a dias de férias de chinelo no pé e calções vestidos que faz lembrar que o Verão já chegou e se instalou.
Não sendo eleita a minha estação, fico rendida e convencida quando me proporciona dias de descanso e passeio, permitindo assi apreciar os seus sabores e aromas.
E não só de mergulhos e praia se faz esta estação. Verão rima também com cor e sabor. Os aromas que todos os anos nos deixam com vontade de regresso rápido e pelos quais se anseia todo o ano. As bancas dos mercados pintam-se com as cores dos melhores produtos, os mais frescos e saborosos. Nesta cozinha tenta-se recriar uma inigualável banca de mercado fazendo da bancada o suporte para os legumes e frutos que por cá vão chegando. Dos tios, dos avós, dos pais e até dos vizinhos, a bancada vai-se compondo.
Dos doces morangos às irresistíveis e viciantes cerejas cor de rubi. Um vermelho escuro que trazem a doçura naquele pedaço de fruta. As nêsperas que mal dei conta da sua chegada e rapidamente desapareceram, não fossem elas bem carnudas e enormes, bem ao meu gosto.
É tempo de por cá chegar sacos de ameixas e pêssegos, das mais diversas variedades, diretamente da horta do pai. Reinam também as melancias, as meloas e os melões. Fruta que não dispenso, seja na sua forma mais simples, em sobremesas, num fresco gelado ou numa simples e prática salada. E são as memórias que me invadem sobre a forma de salada de meloa com presunto e mozarela que serviu de almoço num qualquer dia da semana passada, quando o pouco tempo livre para algo elaborado assim o obrigou. Já nem se fala do alperce que também teve o seu destaque.
Tal como os mercados, nesta cozinha o Verão não se esgota na fruta. Os mais diversos legumes formam-se e chegam até mim como de pipocas se tratassem. Não param de chegar. Courgetes para os salteados ou sopas, pepinos e alfaces para as saladas, tomates para compotas, molhos e saladas e os pimentos que ganham vida quando assados na brasa e acompanham um peixe assado na sua forma mais simples. Azeite por cima e já está!
Contudo há sabores que por cá vão ganhando o seu espaço. O ruibarbo é um desses exemplos. Uma planta que já tentei plantar mas sem sucesso, após alguns meses não vingou. Valeu-me as mãos amigas, que me fizeram chegar até mim uns quantos talos desta planta, cuja sua acidez dá o toque mágico a qualquer sobremesa. Deste fruto apenas se colhem os talos, rejeitando-se as folhas e raízes impróprias para serem consumidas. Das mais variadas combinações, mais ou menos tradicionais, e possíveis aplicações, regime pelo instinto e pela vontade de recriar uma receita que em tempo marquei com o post it amarelo do livro da Yossy Aferi de seu nome Sweeter Off The Vine.
Deste livro já surgiu a oportunidade de uma tarte de amoras, e a caminho muitas outras receitas que a par destas certamente encantaram os paladares cá de casa. Um livro que faço questão em que saia da estante e de transforme em receitas deliciosas, não fosse ele ir de encontro ao que mais me atrai. Receitas com produtos da estação e que funcionam em pleno.


E assim se partilha um Bolo Invertido de Ruibarbo, saído do livro já bem referenciado, como que de um desejo se trata-se quando sai da lâmpada do Aladino, numa história das mil noites.
Um bolo que apresenta um aroma a baunilha, conferindo ao bolo um sabor único que contrasta e casa na perfeição com a acidez do ruibarbo que é envolvido num caramelo caseiro que delicadamente foi preparado.
Um bolo que se assume na perfeição como uma excelente opção quando chega a hora do lanche ou quando se pretende surpreender alguém com sabores não muito conhecidos e saboreados.



Bolo Invertido de Ruibarbo
Ingredientes: 
        
400g de ruibarbo
150g de açúcar
55g de manteiga
1 c. (chá) de raspas de limão

     * para o bolo:
2 Ovos L
250g de Farinha de espelta
120 gr Manteiga à temperatura ambiente
100 gr de Açúcar
1 c. chá de fermento em pó 
1/2 c. chá de bicarbonato de sódio
1/2 c. chá de sal 
1 colher de chá de essência de baunilha
330ml de Leite

1colher de sopa de sumo de limão

Preparação:
Comece por cortar o ruibarbo em pedaços mais pequenos e ao meio, no sentido longitudinal, conforme o padrão que pretende para a cobertura do bolo.
Depois leve ao lume uma frigideira com 150 gr de açúcar, a manteiga e a raspa de limão.Quando o açúcar começar a derreter junte o ruibarbo e deixe cozinhar em lume lento por 3 a 4 minutos. Retire e deixe arrefecer um pouco.
Entretanto comece por preparar o buttermilk, misturando o leite com uma colher de sopa de sumo de limão e deixar repousar 10 minutos.

Unte uma forma de 22 cm e unte com manteiga. Disponha o ruibarbo na base formando o padrão que pretende. Por cima espalhe o caramelo que sobrou.
Numa taça misture a farinha com o fermento,o sal e o bicarbonato de sódio. Noutro recipiente bata a manteiga com o açúcar durante 5 minutos, até a mistura ficar cremosa. Junte os ovos um a um batendo a cada adição. Vá acrescentando ao preparado da manteiga a farinha alternando com o buttermilk, até ficar uma massa homogéneaDistribua a massa por cima do ruibarbo e leve ao forno pré aquecido a 180ºC cerca de 40 minutos.

Deixe arrefecer 15 minutos e desenforme com cuidado.
.




1 comentário:

  1. Olá Ana,
    nunca provei ruibarbo. Vou vendo pela blogosfera imensas receitas com ruibarbo e a minha curiosidade vai aumentando. Nunca vi à venda pela minha zona. Verdade que também nunca procurei com muito afinco, mas nunca me cruzei com este ingrediente. Sinto-me tentada a pedir ao meu pai que tente plantar...
    Ficou bem bonita a tua tarte e as fotos inspiradoras como sempre.
    Beijinhos
    Marta

    ResponderEliminar